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quinta-feira, 7 de julho de 2011

O que é #2: Comportamento reflexo e Comportamento Operante

Continuando a série “O que é” e ainda tratado do tema Comportamento, apresentaremos hoje, brevemente, a noção de reflexo e operante.
O comportamento reflexo ocorre quando uma alteração no ambiente elicia (produz) uma resposta, temos a seguinte expressão sistemática deste comportamento: S è R. Um exemplo bastante comum de comportamento reflexo é a dilatação da pupila quando a luminosidade de um ambiente diminui. Skinner (2003) discute que este comportamento possui uma previsão precisa e que constituem uma pequena parte do comportamento humano. Apesar disto, o autor aponta também que “ignorar inteiramente o princípio do reflexo, seria igualmente desarrazoado” (p. 54).
                Watson publicou o texto “A Psicologia como o behaviorista a vê” em 1913, considerado o marco inicial da teoria behaviorista. Neste texto o autor declara que a Psicologia seria um ramo objetivo e experimental de uma ciência natural, com objetivo de prever e controlar o comportamento. Neste momento, estava-se considerando apenas o paradigma reflexo como referencial para se falar em comportamento. (WATSON, 1913/2008). A citação de Skinner (2003) aponta que os comportamentos reflexos não devem ser desconsiderados, contudo o autor nos diz da existência de um “comportamento que produz algum efeito no mundo ao redor”, onde “as conseqüências do comportamento podem retroagir sobre o organismo. Quando isto acontece, podem alterar a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente” (p. 64-65); este comportamento seria, de acordo com o autor, responsável por grande parte dos problemas comportamentais humanos.
                Este modelo de comportamento proposto por Skinner é conhecido como comportamento operante. Diferentemente do comportamento reflexo em que um estímulo produz uma resposta, no comportamento operante o estímulo cria condições para que uma resposta ocorra e esta resposta possui uma consequência que pode aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura. (MOREIRA; MEDEIROS, 2007; SKINNER, 2003). Representamos esquematicamente este comportamento da seguinte maneira: S – R – C (note-se que não temos um esquema determinista, como em S è R (è: elicia), mas de condições para emissão da resposta (S – R) e de manutenção desta resposta (R – C)).
                Consideramos importante trazer o seguinte alerta de Skinner (2003): no comportamento operante os estímulos continuam agindo sobre o organismo, mas não eliciam respostas. “O comportamento operante, em resumo, é emitido e não eliciado. Precisa ter esta propriedade para que a noção de probabilidade de resposta tenha sentido” (p. 118, grifo do autor).
                As consequências aos comportamentos podem aumentar a probabilidade de emissão futura desta resposta em condições semelhantes (reforço) ou a diminuição desta probabilidade (punição). Falaremos disto no próximo “O que é”.

Foram citados:
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
WATSON, J. B. A psicologia como o behaviorista a vê. In: Temas em Psicologia. v.16, n.2, p.289-301, 2008. (Original em inglês, 1913). Disponível em <http://www.sbponline.org.br/revista2/vol16n2/PDF/v16n02a11.pdf>