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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ação das Drogas: Solventes


Os solventes, em sua maioria, evaporam com facilidade, podendo ser facilmente inalados e muitos deles são inflamáveis. São exemplos de solventes: esmaltes, acetona, cola de sapateiro, dentre outros. Os efeitos destas substância demoram segundos para iniciarem-se e duram de 15 a 45min e envolvem quatro fases:

  • Primeira fase: a chamada fase de excitação, que é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, sentindo tonturas e tendo perturbações auditivas e visuais. Podem ocorrer também: náuseas, espirros, tosse, salivação excessiva e as faces podem ficar avermelhadas.
  • Segunda fase: a depressão começa a predominar, ficando a pessoa confusa, desorientada, com a voz "pastosa", visão turva, perda do autocontrole, dores de cabeça, palidez; a pessoa começa a ouvir ou ver coisas.
  • Terceira fase: a depressão aprofunda-se e ocorre acentuada redução do estado de alerta, incoordenação ocular (a pessoa não consegue fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, fala "engrolada", reflexos deprimidos, podendo ocorrer processos alucinatório evidentes.
  • Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda de pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões. Essa fase ocorre com maior frequência nos usuários que utilizam sacos plásticos, e após algum tempo de consumo, não conseguem afastá-lo do nariz, o que torna a intoxicação muito mais perigosa, com riscos de coma ou morte.

O uso contínuo pode ocasionar: destruição dos neurônios (irreversível), apatia, dificuldades de concentração, déficit de memória, lesões na medula óssea, rins, fígado e nervos periféricos (paralisia).


No próximo post da série: Tranquilizantes e ansiolíticos.
(Todos os textos da série Ação das Drogas foram baseados no Livreto Informativo sobre drogas, cuja referência encontra-se no primeiro post da série)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O que é Comportamento #3: Reforço e Punição




Continuando a sessão "O que é - Comportamento", falaremos hoje sobre reforço e punição, variáveis que controlam o comportamento operante, que apresentamos aqui.

Quando a consequência do comportamento aumenta a probabilidade da resposta ocorrer, dizemos que esta consequência é um reforçador. Os reforçadores podem ser do tipo “reforçador positivo”, quando ocorre a introdução de um estímulo reforçador no ambiente. Um exemplo corriqueiro de reforçador positivo é, quando inserimos uma moeda em uma máquina de refrigerantes, obter o refrigerante (a resposta é “inserir a moeda na máquina” e a consequência “obter o refrigerante”). Outro tipo de reforçador é o “reforçador negativo”, que o ocorre quando é eliminado do ambiente um estímulo aversivo. Por exemplo, pedir silêncio na biblioteca e as pessoas diminuírem o volume das conversas: a resposta é “pedir silêncio” e a consequência é “diminuição do ruído”; este reforçamento é negativo, pois, provavelmente você irá pedir silêncio em situações parecidas e foi removido um estímulo que lhe era aversivo (ruídos).
Caso a consequência do comportamento faça com que a probabilidade da resposta ocorrer diminua, dizemos que ocorreu a punição. A punição também pode ser entendida por dois modelos, de maneira análoga ao reforçamento: ela é punição positiva quando se acrescenta um estímulo aversivo no ambiente e punição negativa quando se extrai do ambiente um estímulo reforçador. Respectivamente, apresentamos dois exemplos de punição: quando a mãe dá uma palmada no filho e quando um irmão desliga o aparelho de som enquanto está tocando a sua música predileta.
Os exemplos anteriores são extremamente simples, apenas para explicar o termo apresentando e não consideram a história de aprendizagem nem o contexto no qual as respostas ocorreram. É importante sempre considerar a função e os antecedentes para as respostas. Discutiremos isto mais à frente

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ação das drogas #2 - Álcool


Dando continuidade ao post sobre Ação das Drogas, falaremos sobre o álcool. Esta substância tem dois efeitos no organismo: num primeiro momento, funciona como um estimulante, proporcionando sensações de euforia, desinibição, loquacidade (“tagarelice”). A seguir, o efeito passa a ser depressivo, em que ocorre: falta de coordenação motora, descontrole em geral, sono, sendo que o consumo elevado pode levar o consumidor a estados de coma.
A pessoa em síndrome de abstinência (que ocorre em cerca de 6 a 8 horas após consumo contínuo com parada brusca) tende a ter os seguintes sintomas: tremor das mãos, distúrbios gastrintestinais, distúrbios do sono e inquietação (para uma síndrome de abstinência leve); nos casos mais graves, ocorre também uma agitação intensa e desorientação tempo / espaço.
Além disso, o álcool agrega algumas doenças, como por exemplo: doenças do fígado (hepatites e cirroses), do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção) e no sistema cardiovascular (hipertensão). Já para as crianças afetadas pelas mães que fazem uso de álcool, temos que os recém-nascidos apresentam irritação, mamam e dormem pouco e tem tremores. Em casos de abuso mais graves, os recém-nascidos que conseguem sobreviver podem apresentar problemas físicos e mentais.
Associada a esses fatores, o uso de álcool pode influenciar episódios de violência e causar acidentes no trânsito, que não envolvem apenas os consumidores, mas também as demais pessoas que estão no ambiente em que o consumidor se encontra.


No próximo post da série: Solventes.
(Todos os textos da série Ação das Drogas foram baseados no Livreto Informativo sobre drogas, cuja referência encontra-se no primeiro post da série)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ação das drogas #1

A palavra droga vem do holandês antigo droog, que significa “folha seca”, método pelo qual os medicamentos eram produzidos antigamente. Em medicina, essa palavra é utilizada para conceituar os medicamentos (ou seja, qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento), enquanto que no cotidiano, muitas vezes a utilizamos para expressar algo que aconteceu e que seja ruim (“Ah, que droga! Esqueci-me de pagar o boleto!”).
Existe um tipo de droga que é caracterizada como psicotrópica (psique: mente, tropos: atração). As drogas psicotrópicas são as que “tem” atração pelo psiquismo, ou seja, que atuam sobre nosso cérebro, alterando-o de alguma maneira. Por exemplo, uma aspirina não altera nosso comportamento (já que age sobre a dor) ao passo que a maconha promove alterações comportamentais.
Dentro deste grupo de drogas, há outros três subgrupos, a saber:
  1. Depressoras do SNC: São aquelas que diminuem a atividade do cérebro (ou deprimem-no). A pessoa fica “desligada”, “devagar”, “desinteressada pelas coisas”. Alguns exemplos são: álcool, inalantes (esmaltes, solventes, colas...), opiáceos (morfina, p. e.), ansiolíticos e outros.
  2. Estimulantes do SNC: São as que aumentam a atividade do cérebro, ou seja, a pessoa fica “ligada”, “elétrica”, sem sono... A cocaína é um exemplo deste subgrupo.
  3. Perturbadoras (alucinógenas) do SNC: São as que modificam qualitativamente (na qualidade) o funcionamento cerebral, tendo como representantes, dentre outros, o LSD e o êxtase.

Na próxima postagem: Os efeitos do álcool no organismo.

Referências:
Livreto informativo sobre Drogas Psicotrópicas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) / Departamento de Psicobiologia da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – Escola de Medicina

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O que é #2: Comportamento reflexo e Comportamento Operante

Continuando a série “O que é” e ainda tratado do tema Comportamento, apresentaremos hoje, brevemente, a noção de reflexo e operante.
O comportamento reflexo ocorre quando uma alteração no ambiente elicia (produz) uma resposta, temos a seguinte expressão sistemática deste comportamento: S è R. Um exemplo bastante comum de comportamento reflexo é a dilatação da pupila quando a luminosidade de um ambiente diminui. Skinner (2003) discute que este comportamento possui uma previsão precisa e que constituem uma pequena parte do comportamento humano. Apesar disto, o autor aponta também que “ignorar inteiramente o princípio do reflexo, seria igualmente desarrazoado” (p. 54).
                Watson publicou o texto “A Psicologia como o behaviorista a vê” em 1913, considerado o marco inicial da teoria behaviorista. Neste texto o autor declara que a Psicologia seria um ramo objetivo e experimental de uma ciência natural, com objetivo de prever e controlar o comportamento. Neste momento, estava-se considerando apenas o paradigma reflexo como referencial para se falar em comportamento. (WATSON, 1913/2008). A citação de Skinner (2003) aponta que os comportamentos reflexos não devem ser desconsiderados, contudo o autor nos diz da existência de um “comportamento que produz algum efeito no mundo ao redor”, onde “as conseqüências do comportamento podem retroagir sobre o organismo. Quando isto acontece, podem alterar a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente” (p. 64-65); este comportamento seria, de acordo com o autor, responsável por grande parte dos problemas comportamentais humanos.
                Este modelo de comportamento proposto por Skinner é conhecido como comportamento operante. Diferentemente do comportamento reflexo em que um estímulo produz uma resposta, no comportamento operante o estímulo cria condições para que uma resposta ocorra e esta resposta possui uma consequência que pode aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura. (MOREIRA; MEDEIROS, 2007; SKINNER, 2003). Representamos esquematicamente este comportamento da seguinte maneira: S – R – C (note-se que não temos um esquema determinista, como em S è R (è: elicia), mas de condições para emissão da resposta (S – R) e de manutenção desta resposta (R – C)).
                Consideramos importante trazer o seguinte alerta de Skinner (2003): no comportamento operante os estímulos continuam agindo sobre o organismo, mas não eliciam respostas. “O comportamento operante, em resumo, é emitido e não eliciado. Precisa ter esta propriedade para que a noção de probabilidade de resposta tenha sentido” (p. 118, grifo do autor).
                As consequências aos comportamentos podem aumentar a probabilidade de emissão futura desta resposta em condições semelhantes (reforço) ou a diminuição desta probabilidade (punição). Falaremos disto no próximo “O que é”.

Foram citados:
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
WATSON, J. B. A psicologia como o behaviorista a vê. In: Temas em Psicologia. v.16, n.2, p.289-301, 2008. (Original em inglês, 1913). Disponível em <http://www.sbponline.org.br/revista2/vol16n2/PDF/v16n02a11.pdf>

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O que é #1: Comportamento


A partir de hoje, teremos semanalmente a coluna “O que é”, para apresentar alguns conceitos que são fundamentais à análise do comportamento. Iniciamos com a apresentação da definição de “COMPORTAMENTO”.
        João está preocupado, pois seu filho, Carlos, tem evitado o contato social com crianças de sua idade, prefere brincar sozinho e não consegue dividir os brinquedos nas atividades da escola. Cláudia briga sempre com o marido, não consegue olhar para ele sem iniciar uma discussão que já chegou a culminar em agressão física. Rosa está deprimida já que não consegue encontrar uma namorada e ser aceita na família. José fica ansioso sempre que se vê em uma situação desconhecida: o coração dispara, as mãos começam a tremer e ele tem sudorese.
            Os fatos supramencionados envolvem ou não comportamento? Se o leitor respondeu que sim, está correto. Contudo, precisamos tomar cuidado ao usarmos o termo comportamento. Ferreira (2001) define comportamento como “com•por•ta•men•to sm. Maneira de se comportar; procedimento, conduta, ato” (p. 169, grifo do autor). Quando falamos de Behaviorismo, precisamos estar atentos à definição que os seus autores fizeram de comportamento, pois esta diverge daquela que corriqueiramente utilizamos no senso comum, como apresentado na citação anterior.
Skinner (2003, p. 16) alerta que o “comportamento é uma matéria difícil, não porque seja inacessível, mas porque é extremamente complexo. Desde que é um processo, e não uma coisa, não pode ser facilmente imobilizado para observação”. Numa definição genérica de comportamento, De Rose (2001) apresenta que este “refere-se à atividade dos organismos (animais, incluindo o homem), que mantêm intercâmbio com o ambiente” (p. 79), incluindo a movimentação dos músculos estriados e lisos além da secreção de glândulas.
            Ou seja, comportamento é a interação entre eventos ambientais e eventos do organismo. Os eventos ambientais são caracterizados como “estímulos” e os eventos do organismo são conhecidos como respostas. Moreira e Medeiros (2007) se referem aos estímulos como “parte ou mudança em uma parte do ambiente” e resposta “como uma mudança no organismo” (p. 18, grifos dos autores).
            Como apontado na citação de Skinner anterior, o comportamento é complexo e pode ser caracterizado em: reflexo e operante. Além disto, podemos falar em comportamentos mantidos por contingências e comportamentos encobertos e públicos. Apresentaremos a seguir a diferenciação entre comportamento reflexo e operante.
            Continuaremos a discussão da discussão de comportamento na próxima publicação, falando das diferenças entre comportamento reflexo e operante.

*Citamos neste artigo:
DE ROSE, J. C. C. O que é comportamento? Em BANACO, R. A. (org.)    Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2001. v. 1, p. 79-81.
FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio Século XXI: O minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

(Homo) sexualidade: percepções de jovens gays

 Esta pesquisa fez uma intersecção entre os temas adolescência, homossexualidade, Direitos Humanos e Psicologia, entendendo-se adolescência para além das fases que caracterizam o estudo tradicional deste tema, a homossexualidade como uma vivência possível da sexualidade humana e a implicação ética da Psicologia no âmbito dos Direitos Humanos. Objetivou-se analisar um questionário autoaplicativo, para discutir a relação entre homossexualidade e desenvolvimento psicossocial de adolescentes homossexuais e a relação entre Psicologia e Direitos Humanos. Este estudo foi realizado em uma ONG para adolescentes e jovens homossexuais, e contou com cinco participantes com idade média de 20,8 anos, todos assumidamente gays, que responderam a um questionário autoaplicável. Os dados coletados foram analisados pelo método qualitativo, através da análise de conteúdo, em que foram formadas duas categorias e cinco subcategorias (unidades de análise). Os participantes caracterizam a homofobia como preconceito e relataram ter percebido a homossexualidade por volta dos doze anos, no relacionamento com pessoas da família (primos, por exemplo). Relataram também que atualmente a homossexualidade é encarada normalmente pela maioria das pessoas com quem convivem, mas citam alguns casos em que ela não é totalmente aceita como, por exemplo, por pais, sendo necessária uma “defesa” por sua livre expressão. Tais dados nos levaram a compreender que a homossexualidade é, em geral, excluída do contexto social, por um modelo heteronormativo que é socialmente difundido e aceito atualmente, o que afeta os relacionamentos que os adolescentes estabelecem, já que estes relacionamentos são permeados pela influência sociocultural. Este trabalho nos leva a concluir que a Psicologia deve estar engajada na promoção de Direitos Humanos, desde que considere as singularidades que compõem a vida humana em sua relação dialética com o contexto social e que a adolescência homossexual se constitui como uma possibilidade de vivência humana tal qual a adolescência heterossexual.
Palavras-chave: Adolescência. Homossexualidade. Direitos Humanos. Psicologia. Homofobia.

Resumo do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), defendido em 2010.

18 de maio - Dia da Luta Antimanicomial

Ontem, 18 de maio, foi dia da Luta Antimanicomial, um movimento que visa a assistência à loucura de forma desinstitucionalizada. Confira a seguir material produzido para a 1ª Caminhada Ararense pela Reforma Psiquiátrica, realizada pela VIII Turma de Psicologia da Uniararas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Orientação Vocacional

O que é Orientação Vocacional Profissional?
É um trabalho feito por psicólogos com jovens e adultos, através de atividades diversas que proporcionam autoconhecimento e informações sobre cursos, universidade e mercado de trabalho, possibilitando que se faça uma escolha profissional adequada ao perfil e aos interesses de cada pessoa.


Por que participar de um grupo de OVP?
Este trabalho é principalmente voltado a pessoas que estão em dúvidasobre a escolha profissional, seja em decidir sobre qual carreira seguir ou ter plena certeza sobre uma que já optou.


Portanto...
O trabalho da OVP complementa o conteúdo acadêmico do sujeito, pois trabalha o autoconhecimento (para que o indivíduo possa fazer a escolha adequada ao seu perfil), facilita o conhecimento de barreiras e influências para a escolha da profissão, do mercado de trabalho, das possibilidades de curso e universidades, preços dos cursos, etc. 



Lidando com a agressividade dos filhos

 
Clique na imagem para ampliá-la.
Material produzido em parceria com Camila Piccard Gonçalves e sob supervisão da Profª. Ms. Camila Santos Dias, para o estágio "Psicologia e Educação Especial".

terça-feira, 17 de maio de 2011

Afetividade de irmãos com e sem necessidades educativas especiais

Clique na imagem para ampliá-la.
Material produzido em parceria com Camila Piccard Gonçalves e sob supervisão da Profª. Dra. Cristina Coutinho Marques de Pinho, para o estágio "Psicologia e Educação Especial".

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Psicoterapia funciona?


Psicoterapia funciona? Segundo Otero (2001) a reposta a esta pergunta é SIM, contudo, nem sempre, pois existem três variáveis que influenciam a funcionabilidade do processo.
Em primeiro lugar existem as variáveis que se relacionam ao cliente, ou seja, se ele toma a iniciativa, por exemplo, provavelmente a adesão será maior; acreditar que a psicoterapia é uma instância desejável de ajuda; expectativas quanto à terapia e a própria adesão, dentre outras. Temos também, dentre as variáveis do cliente, aquelas ligadas ao problema (à queixa do cliente), por exemplo, se está relacionado à questões orgânicas ou à situações irreversíveis, como a morte.
Outro  grupo de variáveis refere-se ao profissional: sua disponibilidade para acolher o cliente, atitudes genuínas (e não artificiais), equilíbrio teórico-técnico-prático, etc.
Por fim, temos as  variáveis relacionadas à interação profissional-cliente que diz respeito às especificidades do papel de cada um no processo e sujeitabilidade de ambos ao processo terapêutico (que corresponde à empatia, disponibilidade e confiança).
Deste modo, a psicoterapia funcionou quando: a) desapareceram ou minimizaram-se os efeitos do problema; b) a pessoa sente-se capaz de enfrentar a vida; c) conhece-se a funcionalidade de suas atitudes e como desenvolver seu repertório comportamental. Assim, o sucesso de uma terapia não depende exclusivamente de um ou de outro dos grupos de variáveis supramencionadas, mas da combinação entre estas variáveis.

Fichamento do texto:
OTERO, V. R. L. Psicoterapia funciona? In: WIELENSKA, R. C. (Org.). Sobre comportamento e cognição: Questionando e ampliando a teoria e as intervenções clínicas em outros contextos. Santo André: ESETec, 2001. v. 6, p. 146-149.